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O Dever de Alertar?
Tony Cooke
Se uma ponte está interrompida e alguém coloca um aviso para me informar, seria isso algo ruim? Uma pessoa verdadeiramente me ama se me vê indo em direção a uma catástrofe e negligencia em me avisar?
Não cometa erros com relação a isso: o chamado e o dever de um ministro é o de proclamar o Evangelho – a boa nova sobre Jesus Cristo! Jesus direciona Seus discípulos originais: “Vão pelo mundo inteiro e anunciem o evangelho a todas as pessoas” (Marcos 16:15, NTLH). O próximo versículo, entretanto, é mais “preocupante”. Jesus prossegue dizendo: “Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado” (Marcos 16:16, NTLH).
Todos nos regozijamos com o Evangelho! Essa é a nossa mensagem: “Porque Deus amou o mundo tanto, que deu o seu único Filho, para que todo aquele que nele crer não morra, mas tenha a vida eterna” (João 3:16, NTLH). Isso é, de fato, uma ótima notícia; no entanto, Jesus turvou as águas ao trazer o destino daqueles que rejeitam o Evangelho? Se encorajarmos as pessoas a seguirem e a estudarem Suas palavras, elas verão diversos avisos vindos de Seus lábios. Por exemplo:
- Jesus contou uma interessante história a respeito de um homem que morreu e foi para o inferno (Hades). Nessa história, esse homem pede para Abraão mandar uma mensagem para a casa de seu pai: “Porque eu tenho cinco irmãos. Deixe que ele vá e os avise para que assim não venham para este lugar de sofrimento” (Lucas 16:28, NTLH).
- Palavras severas saíram da boca de Jesus quando Ele falou: “Não tenham medo daqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma. Porém, tenham medo de Deus, que pode destruir no inferno tanto a alma como o corpo” (Mateus 10:28, NTLH).
- Jesus emitiu outro aviso em Mateus 11:23-24 (ARA): “Tu, Cafarnaum, elevar-te-ás, porventura, até o céu? Descerás até ao inferno; porque, se em Sodoma se tivessem operado os milagres que em ti se fizeram, teria ela permanecido até ao dia de hoje. Digo-vos, porém, que menos rigor haverá, no Dia do Juízo, para com a terra de Sodoma do que para contigo”.
Estes são apenas alguns dos avisos que Jesus emitiu a respeito daqueles que rejeitaram a Deus. De fato, Jesus falou mais a respeito do inferno do que qualquer outra pessoa na Bíblia e, mesmo assim, Ele foi (e é) a maior expressão de amor já conhecida ou revelada ao homem. Vance Havner relata, “Quando eu pastoreei uma igreja no interior, havia um fazendeiro que não gostava dos meus sermões sobre o inferno. Um dia, ele falou: ‘Pregue sobre aquele Jesus manso e humilde’. E eu disse: ‘Foi daí que eu tirei as informações a respeito do inferno’”.
Por acaso, Jesus ameaçou pessoas de forma contrária ao Evangelho ou ao amor de Deus? Não! O amor verdadeiro avisa as pessoas ao perceber que elas estão indo em direção ao desastre.
Infelizmente, algumas pessoas cresceram em meio a doutrinas predominantemente negativas, em que cada mensagem parecia girar em torno do lema “se converta ou arda no fogo”. Outras constantemente se condenavam com relação aos pecados cometidos e se sentiam continuamente condenadas pelos pregadores. Isso é lamentável e certamente não é o que estou defendendo.
Pessoas precisam de ser amadas, encorajadas, edificadas e confortadas. Pessoas precisam de ser alimentadas pela boa Palavra de Deus! No entanto, nós não devemos ir de um extremo a outro. Se tivermos visto apresentações desequilibradas e inapropriadas do inferno, isso não nos dá permissão para ignorar ou omitir o que o Novo Testamento ensina sobre o assunto.
Vamos explorar alguns exemplos do ministério de Paulo no livro de Atos. Por exemplo, em Atos 13, Paulo está pregando na sinagoga em Antioquia da Pisídia. Eu encorajo você a ler a mensagem por completo, mas a boa notícia que ele apresenta é clara: “Meus irmãos, todos vocês precisam saber com certeza que é por meio de Jesus que a mensagem do perdão de pecados é anunciada a vocês. Precisam saber também que quem crê é libertado de todos os pecados dos quais a Lei de Moisés não pode livrar” (Atos 13:38-39, NTLH).
Alguns acreditaram (veja Atos 13:43); no entanto, eventualmente, outros rejeitaram a mensagem de Paulo e se opuseram a ele. Considere a resposta: “Porém Paulo e Barnabé falaram com mais coragem ainda. Eles disseram: ‘Era necessário que a palavra de Deus fosse anunciada primeiro a vocês que são judeus. Mas, como vocês não querem aceitá-la e acham que não merecem a vida eterna, então agora nós vamos anunciar a palavra aos não judeus’” (Atos 13:46, NTLH). Você percebeu? Os apóstolos abertamente declararam que aqueles que rejeitam o Evangelho julgam-se indignos da vida eterna. Tal afirmação se encaixa perfeitamente nas palavras de Jesus em Marcos 16:16: “Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado”.
Outro exemplo do ministério de Paulo em Atos envolve um oficial romano chamado Félix. Esse líder possuía algum conhecimento sobre “o Caminho”, e a conversa de Paulo com ele e sua esposa foi bem interessante. Alguns dias depois, Félix retornou com sua esposa, Drusila, que era judia. Mandando chamar Paulo, eles o ouviram falar a respeito da fé em Cristo Jesus. Conforme Paulo falava sobre uma vida correta, autocontrole e o dia vindouro do julgamento, Félix ficou com medo e disse: “Agora pode ir. Quando eu puder, chamarei você de novo” (Atos 24:24-25, NTLH).
O interessante é que o tema central da conversa era “fé em Cristo”, e tal conversa, eventualmente, chegou na discussão a respeito do “Dia do Juízo Final”. Novamente, eu não acho que Paulo estava ameaçando Félix, mas estava falando a verdade. Tudo que Paulo falou a ele dizia respeito à “fé em Cristo”.
Proponho que Paulo tenha sentido um forte “dever de alertar”. Podemos ver isso em duas declarações que ele fez, com relação ao sangue de outros. Considere as seguintes afirmações:
Quando alguns se opuseram a ele e o insultaram, Paulo sacudiu o pó de suas roupas e falou, “Sobre a vossa cabeça, o vosso sangue! Eu dele estou limpo” (Atos 18:6, ARA).
“Portanto, eu vos protesto, no dia de hoje, que estou limpo do sangue de todos; porque jamais deixei de vos anunciar todo o desígnio de Deus” (Atos 20:26-27, ARA).
Para o leitor moderno, a terminologia que Paulo utiliza pode parecer estranha. O que ele quer dizer quando afirma que é inocente do sangue de outros? Para entender a perspectiva de Paulo, é útil considerar o que Deus comunicou ao profeta Ezequiel sobre o “dever de alertar”:
Filho do homem, disse ele, “eu fiz sentinela para a nação de Israel; por isso ouça a palavra que digo e leve a eles a minha advertência. Quando Eu falar ao ímpio: ‘Certamente morrerás!’, se não o advertires e não disseres nada para preveni-lo sobre seu caminho errado e danoso, a fim de salvar a sua vida, aquele ímpio morrerá por causa da sua própria malignidade; contudo, Eu exigirei da tua mão o sangue dele, porquanto recebeste a responsabilidade de pregar àquela pessoa. No entanto, se advertires o ímpio, e ele não se converter da sua malignidade e dos seus maus caminhos, eis que ele morrerá na sua maldade; mas tu estarás livre desta responsabilidade e culpa” (Ezequiel 3:17-19, KJA).
O mesmo princípio de responsabilidade é reiterado em Ezequiel 33:7-9, e Paulo o aplicou em relação a ele e a seu próprio ministério.
Enquanto a Escritura é o fundamento para a nossa crença e prática, também aprendemos com as experiências que diferentes pessoas tiveram (claro que todas experiências devem ser avaliadas à luz da Palavra de Deus). Kenneth Hagin escreveu um poderoso livro intitulado Fui para o Inferno. É uma leitura bem rápida, mas que deixa uma impressão poderosa. Em outro livro, o Irmão Hagin relata a experiência que ele teve, como adolescente, quando seu coração parou. Abaixo um trecho retirado do livro Eu creio em Visões:
Eu gostaria de ter palavras adequadas para descrever os horrores do inferno. Pessoas passam pela vida de forma tão complacente e despreocupada, como se não existisse inferno. Porém, a Palavra de Deus e a minha própria experiência pessoal me dizem algo diferente. Eu sei o que é estar inconsciente – é escuro quando você está inconsciente – mas não há escuridão comparada à escuridão das trevas.
Ao começar a descer pela escuridão pela terceira vez, meu espírito gritou: “Deus, eu pertenço à igreja! Fui batizado nas águas!” Esperei que Ele me respondesse, mas nenhuma resposta veio – somente o eco da minha própria voz enquanto ela retornava para zombar de mim.
É necessário mais do que um cartão de membresia de igreja – é necessário mais do que ser batizado nas águas – para fugir do inferno e entrar nos céus, Jesus disse, “… necessário vos é nascer de novo” (João 3:7).
Certamente, eu creio no batismo nas águas – mas somente se a pessoa é nascida de novo. Certamente, eu creio na membresia de uma igreja – mas somente se a pessoa é nascida de novo. Se você meramente se junta a uma igreja e é batizado nas águas sem ser nascido de novo, você irá para o inferno!
O Irmão Hagin, então, prossegue em falar a respeito de como o Senhor o trouxe de volta daquele lugar terrível, e, em seguida, ele escreve a respeito de outra experiência espiritual que teve anos depois:
Jesus estava de pé, e eu fiquei diante da Sua presença. Ele estava segurando uma coroa em Suas mãos. Aquela coroa era tão extraordinariamente linda que a linguagem humana não podia começar a descrevê-la.
Jesus me disse, “Essa é a coroa para os ganhadores de almas. Meu povo está tão descuidado e indiferente. Essa coroa é para cada um dos Meus filhos. Eu falei, ‘Fale com essa pessoa ou ore por aquela pessoa’, mas meu povo está ocupado demais. Eles se afastam, e almas são perdidas, pois eles não obedecem a Mim”.
Quando Jesus disse isso, eu chorei diante dEle. Eu me ajoelhei e me arrependi de minhas falhas. Então, Jesus me disse novamente, “Suba aqui”. Pareceu como se eu estivesse com Ele atravessando o ar até que chegamos a uma bela cidade. Na verdade, não fomos atá a cidade, mas a contemplamos de uma curta distância, como se alguém subisse em uma montanha e olhasse para baixo, para a cidade no vale. Sua beleza era além das palavras!
Jesus disse que as pessoas, de um modo egoísta, se dizem preparadas para ir para o céu. Elas falam sobre suas mansões e galardões que receberão lá enquanto muitos ao redor vivem em completa escuridão e falta de esperança. Jesus me disse que eu deveria compartilhar minha esperança com elas e convidá-las para ir ao céu comigo.
Em seguida, Jesus se virou e me disse, “Agora, vamos ao inferno”.
Descemos do céu e, quando chegamos à Terra, não paramos, mas continuamos descendo. Diversas Escrituras na Bíblia fazem referência ao inferno como estando abaixo de nós. Por exemplo, “O Seol desde o profundo se turbou por ti, para sair ao teu encontro na tua vinda… Contudo levado serás ao Seol, ao mais profundo do abismo” (Isaías 14:9,15). “Por isso o Seol aumentou o seu apetite… e para lá descem a glória deles…” (Isaías 5:14).
Descemos até o inferno, e, enquanto descíamos, vi o que parecia ser seres humanos envoltos em chamas. Eu disse, “Senhor, esse lugar parece o mesmo de quando morri e fui trazido para cá em 22 de abril de 1933. Você falou, e eu voltei à vida e saí daqui. Eu me arrependi e orei, em busca de Seu perdão, e Você me salvou. Agora, no entanto, eu me sinto tão diferente: não me sinto amedrontado ou aterrorizado, como eu estava naquela vez”.
Jesus me disse: “Alerte homens e mulheres a respeito deste lugar”, e eu declarei, com lágrimas, que faria.
Enquanto esteve vivo, o Irmão Hagin foi inflexível em dizer às pessoas que não aceitassem o que ele dizia, a menos que estivesse alinhado à Palavra. O Irmão Hagin era primeiramente conhecido por ensinar tópicos, como fé, andar em amor, como ser guiado pelo Espírito, mas ele não era negligente em falar que havia um céu a ser conquistado e um inferno a ser evitado.
Certamente, inferno não é nossa mensagem principal; Jesus Cristo é. A bondade de Deus é. Nossas mensagens devem ser baseadas e motivadas no amor, mas o amor verdadeiro alerta pessoas se perceber que elas estão caminhando em direção à destruição. Talvez, esse era o equilíbrio sobre o qual Judas estava se referindo quando escreveu: “E demonstrai compaixão para com alguns que não possuem essa certeza, assim como salvai a outros, arrebatando-os do fogo; e a outros, ajudai com misericórdia e temor, repugnando até a roupa contaminada pela carne” (Judas 1:22-23 – KJA).
Abaixo, estão algumas citações de homens de Deus do século passado. Espero que você encontre nelas uma mensagem encorajadora.
A maioria dos ministérios gostariam de enviar seus membros a uma escola bíblica por cinco anos. Eu gostaria de enviá-los ao inferno por cinco minutos. Isso faria mais a eles por uma vida inteira de ministério compassivo do que qualquer outro tipo de preparação.
– William Booth
Eu considero que os perigos principais que irão confrontar o século vindouro serão uma religião sem o Espírito Santo, um Cristianismo sem Cristo, um perdão sem arrependimento, uma salvação sem regeneração, uma política sem Deus, e um céu sem inferno.
– William Booth
Ninguém deveria pregar sobre o inferno sem lágrimas em seus olhos.
– L. Moody
É notável o fato de que nenhum pregador inspirado, de quem tenhamos qualquer registro, tenha proferido palavras tão terríveis a respeito do destino dos perdidos como o nosso Senhor Jesus Cristo.
– Charles Spurgeon
“Se os pecadores forem condenados, pelo menos, deixe-os saltar para o inferno sobre nossos corpos mortos. E, se eles perecerem, deixe-os perecer com nossos braços entrelaçados em seus joelhos, implorando que fiquem. Se o inferno deve ser preenchido, deixe-o ser preenchido sob nossos esforços, não deixando nenhum ir sem aviso ou desprovido de oração”
– Charles Spurgeon
Pense levemente a respeito do inferno e você pensará levemente sobre a cruz. Pense pouco no sofrimento das almas perdidas e você logo pensará pouco no Salvador que os liberta.
– Charles Spurgeon
Se eu nunca tivesse falado sobre o inferno, eu poderia pensar que tinha guardado algo valioso e me considerado um cúmplice do diabo.
– J.C. Ryle
Não há doutrina que eu gostaria mais de remover do Cristianismo do que a doutrina sobre o inferno, se isso dependesse de mim. No entanto, tal doutrina tem total suporte das Escrituras e, especialmente, das próprias palavras do Senhor; sempre foi mantida pela Igreja Cristã e tem o apoio da razão.
– C.S. Lewis
Um grupo de militares perguntou a seu novo capelão se ele acreditava na verdadeira existência de um inferno, e ele sorriu e disse que não. “Então, você está perdendo o seu tempo”, os homens responderam. “Se não há inferno, não precisamos de você; e, se há um inferno, você está nos desviando. De qualquer forma, estamos melhores sem você!”
– Warren Wiersbe
Ninguém falou mais a respeito do inferno do que Jesus, e o inferno do qual Ele veio salvar o homem não era apenas o inferno na Terra… era algo vindouro.
– Billy Graham
Estou consciente do fato de que falar sobre o inferno não é algo prazeroso. É, ao contrário, algo bem impopular, controvérsio e incompreendido… Como um ministro, eu devo lidar com isso. Não posso ignorar.
– Billy Graham
Muitas pessoas têm reagido à ministração sobre o lago de fogo e enxofre como se falassem, “Bem, eu não gosto desse tipo de pregação”. Porém, francamente, eu não consigo me lembrar da última vez que eu ouvi alguém ministrar sobre isso. Temos nadado tanto para o outro lado que perdemos de vista a importância do que as Escrituras dizem, de que devemos alertar as pessoas, e de que elas necessitam saber das consequências de seus pecados. Não falar isso é cometer um desserviço e é falhar com todo o conselho de Deus. Certamente, não devemos fazer isso de forma alegre, mas com compaixão e amor, avisando que a última coisa que Deus deseja é que alguém criado à Sua imagem acabe separado dEle em um lugar chamado inferno.
– Greg Laurie
Minha oração é para que eu seja um servo fiel, cheio de graça e de verdade. Oro o mesmo para todos os outros ministros e crentes. Por fim, Billy Graham fornece uma resposta simples e perspicaz sobre o inferno no site da BGEA: https://billygraham.org/answer/did-jesus-ever-say-anything-about-hell-i-dont-believe-in-hell-myself/[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]