Consequências Indesejadas
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Consequências Indesejadas
Tony Cooke
O seguinte ensinamento é parte de uma aula que dei, nesse ano, em uma mesa-redonda sobre liderança com Gerald Brooks. Ele e eu temos feito encontros como esse por anos. Em 2018, conduzimos tais encontros no Texas, Washington, Flórida, Novo México, Geórgia, Califórnia, Canadá (Toronto) e Massachusetts. Em 2019, faremos outro circuito.
As pessoas amam previsibilidade. Gosto de saber que, se fizer tal coisa, obterei determinado resultado. Isaac Newton abordou tal fato em suas leis quando determinou que, “Para toda ação, há uma reação”. Em outras palavras, se eu pegar uma bola de borracha e quicá-la, ela voltará com uma velocidade simular. Espiritualmente falando, a Bíblia aborda sobre a lei da semeadura e da colheita: “Tudo aquilo que o homem semear, ele também colherá”.
Infelizmente, especialmente em curto prazo, as leis da interação humana não são tão previsíveis como as leis da física. Variáveis, como as circunstâncias e a vontade das pessoas, entram na equação, e nós nem sempre achamos nossos relacionamentos com pessoas tão previsíveis quanto gostaríamos. Considere essas passagens escritas por Davi e Paulo, indicando que os resultados nem sempre são consistentes com o que é semeado:
Salmos 109:4-5 (NTLH)
“Eles me acusam, embora eu os ame e tenha orado por eles. Eles pagam o bem com o mal e o amor, com o ódio”.
2 Coríntios 12:15 (NTLH)
“Vou ficar contente em gastar tudo o que tenho e até a mim mesmo para ajudá-los. Será que vocês me amarão só porque eu os amo tanto?”
Em ambos casos, Davi e Paulo semearam boas coisas em pessoas, mas em um momento imediatamente posterior, eles receberam hostilidade ou indiferença como resposta aos seus atos de bondade. Isso não quer dizer que eles não colheram maravilhosos benefícios por causa de seus atos; porém, inicialmente, eles receberam o oposto.
Deus é previsível – Ele é consistente. Tiago falou sobre Deus, “Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança” (Tiago 1:17, ARA). Sua fidelidade e Sua consistência trazem grande esperança àquele que crê, e essas são as bases para uma fé firme. Uma das Escrituras mais amadas na Bíblia é, “para Deus todas as coisas são possíveis” (Mateus 19:26, KJA). Enquanto é ótimo manter uma atitude positiva de fé, também é importante entendermos que Jesus não somente disse, “todas as coisas são possíveis”. Ele disse, “paraDeus todas as coisas são possíveis”. Essa é uma observação importante.
Em contraste com a previsibilidade exposta em Mateus 19:26, alguns têm notado a aparente imprevisibilidade apresentada em Romanos 12:18. Nessa passagem, Paulo escreve, “Se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens”. Alguns podem ler ambas passagens e argumentar que há uma contradição na Bíblia. Eles podem declarar, “Jesus disse que todas as coisas são possíveis, mas Paulo O contradisse. Paulo disse, ‘Sepossível…’” Não, não há contradição entre Jesus e Paulo. Eles estavam falando de situações distintas. Jesus estava falando a respeito de nosso relacionamento com Deus, e Paulo estava falando sobre nosso relacionamento com pessoas.
Por causa desse fator imprevisibilidade com pessoas, por vezes, podemos ser pegos de surpresa quando alguma situação envolvendo um relacionamento ou uma comunicação não ocorre de forma esperada. Pegando emprestado um exemplo do baseball, algumas vezes, devemos lidar com uma tacada ruim ou estar preparados para acertar uma bola curva. Por exemplo, quando entrei no ministério, no começo dos anos 80, um senhor apresentou o seguinte questionamento: “Um amigo e eu estávamos tendo uma discussão a respeito do que acontece quando um cristão comete suicídio – você acha que a pessoa pode ir para o céu em uma situação como essa?”
Assumindo que essa era uma pergunta direta, eu compartilhei alguns pensamentos com ele, enfatizando a compaixão de Deus. Eu me referi ao fato de que uma pessoa que comete suicídio pode estar lidando com uma doença mental ou estar debaixo de tanta pressão que não consegue pensar de forma correta; tal pessoa pode fazer coisas que, em um estado plenamente lúcido, não faria. Eu compartilhei minha opinião de que Deus seria compassivo nesses tipos de casos.
Era tarde demais quando eu percebi que tal questionamento não havia sido sem pretensão. Ao contrário, aquele senhor estava seriamente contemplando suicídio e tirou sua vida logo após nossa conversa. Foi uma dolorosa lição perceber a realidade e a significância das consequências indesejadas. Abaixo, estão alguns pontos que precisamos entender a respeito das consequências indesejadas.
1. Consequências Indesejadas são Inevitáveis
Pessoas irão interpretá-lo de forma errada (inocentemente) e, algumas vezes irão deturpá-lo de forma maliciosa. Vivemos em um mundo imperfeito, e, algumas vezes, as pessoas possuem pontos cegos, filtros e suposições tanto em dar como em receber comunicação. Moisés experimentou isso quando foi em defesa de um escravo israelita que havia sido maltratado.
Você deve se lembrar que Moisés defendeu o israelita e matou o egípcio que o estava abusando. A Bíblia diz que, “Moisés pensava que os israelitas entenderiam que Deus ia libertá-los por meio dele, mas eles não entenderam” (Atos 7:25, NTLH). Com que frequência entramos em problemas por causa do que falamos ou do que fazemos, assumindo que outros entenderão ou até apreciarão nossos esforços, mas isso não acontece?
Paulo também foi mal interpretado, mas nem sempre de forma inocente. Ele escreveu em Romanos 3:8 (NTLH), “Então por que não dizer: ‘Façamos o mal para que desse mal venha o bem’? Na verdade, alguns têm me caluniado, dizendo que eu afirmo isso. Porém eles serão condenados como merecem”. Certos indivíduos estavam distorcendo os ensinamentos de Paulo a respeito da graça e estavam deturpando de forma grosseira o que Paulo estava genuinamente comunicando. Tal distorção foi uma consequência indesejada de seu ensinamento sobre a graça de Deus.
Consequências indesejadas também resultaram de coisas que Jesus disse. Em uma conversa após Sua ressureição, Pedro fez uma pergunta a Jesus a respeito do futuro de João. Realmente o assunto não era da conta de Pedro, mas a resposta de Jesus, por décadas, provocou um mal-entendido.
João 21:22-23 (NTLH)
“Respondeu-lhe Jesus: Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa? Quanto a ti, segue-me. Então, se tornou corrente entre os irmãos o dito de que aquele discípulo não morreria. Ora, Jesus não dissera que tal discípulo não morreria, mas: Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa?”
Não importa o quanto alguém tem a intenção de comunicar a verdade, o importante é entender que, se houve mal-entendidos e consequências indesejadas de coisas que Moisés, Paulo e Jesus disseram, é improvável que você passe por sua vida sem ser mal compreendido também.
2. Boas Intenções não são Suficientes
Stephen Covey disse sabiamente: “Nós julgamos a nós mesmos por nossas intenções e julgamos os outros por seus comportamentos”. Um pastor amigo meu conversou com um de seus funcionários, sobre a qualidade deficiente de sua performance no trabalho. Ao invés de concordar que seu desempenho estava abaixo do esperado e de fazer os ajustes necessários, o funcionário desviou do ponto, dizendo: “Mas, pastor, você conhece o meu coração”.
Boas intenções não podem ser usadas como desculpa para um desempenho precário. Imagine levar seu carro para o conserto e, quando o mecânico o termina, o problema não somente está lá como está pior. Se você falar com o mecânico sobre o problema, você não gostaria que ele respondesse, “Mas eu tive boas intenções”. Você gostaria que ele consertasse o carro! Warren Bennis fala sobre a importância de “traduzirmos intenções em realidade e sustentá-las”. Boas intenções não são suficientes.
3. Aprenda com as Experiências de Outros
Há duas formas de se aprender com os erros. Você pode (a) aprender com seus próprios erros, ou (b) pode aprender com os erros de outras pessoas. Enquanto todos cometemos erros ao longo da vida, descobri que é menos doloroso aprender o máximo que posso com os erros de outros. Não me deleito com infortúnios alheios, mas não há a necessidade de nós dois cometermos os mesmos erros. Faço questão de ouvir as histórias de outras pessoas e aprender com o que deu certo e com o que deu errado.
Em muitos casos, um individuo possui boas intenções, mas aquela “tacada ruim” acontece. Por exemplo, um pastor desejava ajudar um casal jovem e necessitado; então, ele emprestou uma certa quantia de dinheiro a eles. Quando não puderam (ou não quiseram) pagá-lo de volta, eles pararam de ir à igreja. O pastor percebeu que suas boas intenções e boas ações resultaram no distanciamento daquele casal da igreja.
Em outra ocasião, um pastor se envolveu em um intenso aconselhamento matrimonial com um casal de sua igreja. No calor das conversas, algumas informações muito sensíveis foram comunicadas. Apesar daquele casal ter tido o casamento restaurado, eles ficaram envergonhados com o fato do pastor saber alguns de seus segredos mais profundos e secretos. Sempre que viam o pastor, aquele casal ficava desconfortável, parando de ir à igreja como resultado. Mais tarde, o pastor percebeu que teria sido melhor se, ao perceber a gravidade da situação, ter referido o casal a um conselheiro cristão profissional.
4. Crie um processo para minimizar as consequências indesejadas
Isso significa que você deve cuidadosamente considerar as consequências iniciais, mas também o que pode acontecer a longo prazo – as “camadas” ou as “gerações” de consequências que resultarão de certas decisões ou ações. Um pastor compartilhou comigo um processo que eles fazem quando estão pensando em mudar algo. Parte do processo, ele disse, é se perguntar, “Quais serão as consequências indesejadas se fizermos tal modificação?”
Não esperamos ser oniscientes, mas podemos pensar e orar pelas decisões antes de as tomarmos. Podemos obter conselhos sábios e considerar não somente benefícios a curto prazo, mas também as ramificações a longo prazo de nossas decisões. Devemos, pelo menos, desejar não perder o que poderia ter sido facilmente previsto, consequências indesejadas de nossas decisões e ações.
Por fim, o encorajo a não ser paralisado por medo de uma consequência indesejada, a ponto de não agir. Eclesiastes 11:4 (NTLH) aborda que, “Quem fica esperando que o vento mude e que o tempo fique bom nunca plantará, nem colherá nada”. Na vida, poucas decisões são 100% livres de risco. Se você tentar evitar cada consequência indesejada de sua vida, nunca fará nada. Deus te abençoará à medida que caminhar em sabedoria e ousadia em sua vida.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]